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O mangá Rurouni Kenshin (Samurai X), de Nubuhiro Watsuki, foi lançado em 1994, e mais tarde foi adaptado para anime pelo estúdio Gallop e Deen. O mangá chegou ao fim na Weekly Shonen Jump em 1999 e seu anime em 1998. A franquia é muito popular no Japão e no mundo, tanto que nunca foi esquecida, ao ponto de ganhar uma trilogia live-action de cinco filmes nos últimos anos.

No entanto, em 2017/ 2018, os fãs foram pegos de suspensa quando o criador da franquia, Watsuki, foi preso e multado em 200.000 ienes (US$ 1.900) por posse de centenas de DVDs de pornografia infantil. Isso fez com que a sequência da série, Rurouni Kenshin: Hokkaido Arc, fosse colocada em hiato. 

Rurouni Kenshin precisa ser esquecido pela indústria de anime 
Reprodução/ Gizmodo

Infelizmente, o mangaká foi readimitido pela Shueisha quatro meses depois, e mais tarde seu trabalho levou a uma nova adaptação para anime anunciada na Jump Festa 2022. O anime está sendo exibido no Crunchyroll e Netflix. No Japão, o que o mangaká fez já parece ter sido esquecido, no ocidente, houve tentativas de alguns fãs de boicote, mas a indústria japonesa continuou a forçar o retorno de Rurouni Kenshin e muitos fãs parecem ter engolido.

Infelizmente, isso é comum na indústria de mangás e animes. Podemos citar vários casos que quase não tiveram consequências como: Toriko Mitsutoshi Shimabukukuro, preso, condenado e rapidamente solto por prostituição infantil em 2002, o mangaká Tatsuya Matsuki que recebeu uma sentença suspensa de prisão de 18 meses por comportamento indecente com um menor, e o dublador Toru Furuya, de One Piece, que abusou fisicamente de uma fã.

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Sabemos que há uma grande discussão mundial sobre separar a obra de seu criador, mas, geralmente o criador já está morto ou foi condenado e preso, realmente sofrendo as consequências de seus atos. Mas, e quando o criador continua a receber muita grana, reconhecimento e aclamação por sua obra? O que devemos fazer?

Se o mangá de Watsuki não fosse um grande sucesso, ele não teria conseguido voltar a ser lançado e muito menos receberia todas as promoções que vemos por aí: “No entanto, Rurouni Kenshin, sendo a grande história de sucesso da série shonen que foi, impediu que fosse cancelada como seus contemporâneos.” (Via Gizmodo)

Até mesmo os fãs mais experientes que tentaram boicotar o anime e o mangá, e que aconselharam outros a não apoiarem a série, se cansaram, pois:

“empresas como Aniplex, Shuiesha e Crunchyroll promoverem com aclamação e adulação qualquer outro remake de anime por meio de campanhas de mídia social e banners de convenções. Isso meio que confunde todo o aspecto de vergonha social da punição quando um programa recebe tanto impulso, apesar da controvérsia de seu criador. A indústria de anime estaria melhor se Rurouni Kenshin continuasse sendo uma coisa do passado, em vez de tentar forçá-lo a voltar à relevância.” (Via Gizmodo)

Fonte: Gizmodo



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