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Os fãs de Bleach são os mais apaixonados odiadores do próprio anime/ mangá de Tite Kubo. Afinal, ao longo de seus anos de publicação, a história de Ichigo passou por muitos altos e baixos, incluindo um final que deixou parte do público decepcionado. As falhas do mangá e do anime são tão conhecidas, que até mesmo quem não acompanhava a história sabe de seus pontos fracos, já que eles são incessantemente discutidos nas redes sociais por seus leitores. 

Se fôssemos perguntar aos fãs da obra o que eles mais odiaram em 15 anos de história, com certeza haveriam inúmeros pontos citados, mas, alguns sempre estariam entre os mais presentes, como a gritante repetição narrativa da obra. Bleach tem uma história muito interessante e diferente em seu início, no entanto, depois de alguns arcos, começamos a perceber como sua trama é repetitiva. 

Bleach
Reprodução/ Flow Games

Basicamente, o enredo segue sempre a mesma fórmula: novo grupo de vilões, cada vilão luta com pelo menos um heroi, e um novo arco se inicia exatamente da mesma forma. Quem não se lembra dos grupos de inimigos: Gotei 13, Bounts, Arrancars, Fullbringers, Sternritters, um depois do outro? Isso quer dizer que a fórmula é ruim? Claro que não, mas seu uso repetitivo e seguido tornam os arcos previsíveis e cansativos, por parecerem um deja vu, mas com novos personagens. Outra repetição cansativa é a perda e recuperação dos poderes de Ichigo.

Quantas vezes o personagem principal de Bleach perde e ganha seus poderes? Parece azar e sorte demais para um único personagem, o que nos leva a outro problema muito criticado pelos fãs, os poderes confusos de Ichigo.

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Já reparou que o nosso querido Shinigami parece ser membro de todos os tipos de grupos e poderes que surgem na série? Ele começa com um Shinigami, então descobre ter habilidades hollow, para depois se descobrir um Vizard, e então desenvolve poderes Fullbring. Mas, não para por aí, pois no último arco ele também vira um Quincy.

Os poderes de Ichigo são uma das, infelizmente, muitas lacunas na história de Bleach. Se em seu início, tudo parecia muito bem explicado e coeso, cada novo arco começa a abrir buracos na trama, o que deixa os fãs malucos. O site CBR trás um exemplo perfeito para essas furos:  

Um grande exemplo é a afirmação de Mayuri Kurotsuchi no início da série de que um Zanpakutō não pode ser consertado se quebrar enquanto estiver em seu estado Bankai. No entanto, essa regra é contrariada mais tarde quando personagens como Renji e Byakuya quebram seu Bankai e conseguem restaurá-lo sem quaisquer consequências duradouras.”

Talvez tudo isso pudesse ser deixado de lado, se o ritmo da história fosse satisfatório, mas momentos arrastados deixam ainda mais evidentes as falhas da narrativa. Em muitos arcos, somos obrigados a acompanhar longas batalhas secundárias, enquanto tudo o que queremos ver são as lutas principais, já que são elas as verdadeiramente relevantes para a vitória ou derrota dos protagonistas. 

Apesar disso, não é só a lentidão de alguns arcos que irrita os fãs, pois o último arco do mangá, Thousand-Year Blood War, faz exatamente o oposto e apressa a história, ignorando personagens, resolvendo lutas de forma abrupta e passando por cima de pontos cruciais. 

Todos esses pontos negativos, e outros não citados, são enlouquecedores para os fãs, pois o enorme potencial de Bleach foi constantemente prejudicado por falhas bobas e desenvolvimento irregular. E é esse desperdício de potencial o que mais causa ódio ao fandom, que vive uma relação tóxica com a obra de Tite Kubo.

Fonte: CBR



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