Apesar dos fãs de mangás saberem o quão cruel as condições de trabalho dos mangakás podem ser, parece que só recentemente é que temos ouvido reclamações serem feitas diretamente pelos autores famosos. Antes, as críticas à forma de trabalho dos mangakás vinham de conhecedores da indústria, agora, nomes populares estão muito mais vocais em relação à indústria.
O autor Aka Akasaka, que tem inúmeros mangás de sucesso em seu currículo, sendo o mais recente o título Oshi no Ko, também resolveu se manifestar. Após terminar Oshi no Ko, recentemente, ele deu uma entrevista para a Shueisha, em que falou sobre como foram os quatro anos e meio de trabalho com esse mangá:
“É muito melhor do que quando eu estava serializando Kaguya-sama: Love Is War… Eu não estava vivendo uma vida humana naquela época (risos)”,
O mangaká era responsável tanto pela escrita de Kaguya-sama, como pelas artes, já em Oshi no Ko, Mengo Yokoyari foi o ilustrador.
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“Desta vez, consegui me concentrar apenas no trabalho original e, aos poucos, comecei a pensar: ‘Talvez eu devesse dar mais ênfase à minha vida.’ Agora estou pensando, ‘Gostaria de fazer algum trabalho na fazenda.'”
O mangaká ainda falou sobre a mudança no seu processo de criação de mangá ocorrida em Oshi no Ko:
“Com Oshi no Ko, eu separei claramente o que decidi no começo e o que não decidi. Eu poderia ter decidido tudo desde o começo e seguido em frente, e eu costumava ser esse tipo de escritor, mas acho que isso mudou depois que escrevi Kaguya-sama. Às vezes, o mundo interior de um personagem que nem [eu] tinha visto de repente aparecia, e eu queria amar isso como a personalidade de um personagem e ser um escritor que preza isso. Como resultado, tornou-se quase impossível decidir tudo de 1 a 10… embora o final de Oshi no Ko já estivesse decidido, acho que é um mangá que também tomou muito cuidado ao desenhar os personagens.”
Segundo Akasaka, colaborar com outras pessoas é necessário para uma obra a crescer:
“Acho que por meio de Kaguya-sama, me tornei um pouco mais maduro. Quando um livro se espalha, não é só o mangá que se espalha. Ele se espalha com a mistura de mídia, publicidade e trabalho que a editora faz. Percebi que há limites para o que posso fazer sozinho e percebi a importância de trabalhar com outras pessoas. Acho que isso é uma grande coisa.”
Fonte: CBR