Uma entrevista antiga sobre o mangá Attack on Titan voltou a chamar a atenção na internet devido a uma curiosidade interessante sobre as inspirações de Hajime Isayama na criação de sua obra. A entrevista foi dada em 2021, alguns anos depois de setembro de 2009, data em que o mangá estreou. Nela, o mangaká e seu editor, Shintaro Kawakubo, revelam como se conheceram e outros detalhes.
Durante a conversa é relatado que Isayama escreveu um one-shot de 65 páginas em uma escola profissionalizante e teve que enviá-lo para várias editoras, como parte do programa escolar. Esse mangá foi parar nas mãos de Shintaro Kawakubo, que era um editor novato na época. Segundo ele:
“A história em si era interessante, mas mais do que tudo, senti a paixão nos desenhos… havia algo que me atraía fortemente em cada quadro, página e linha — para colocar de forma dramática, algo como um ‘rancor’. Isso deixou uma forte impressão em mim”.
Outra revelação interessante sobre Attack on Titan é que a paixão do mangaká por monstros gigantes não surgiu na escrita da história de Eren e seus amigos, mas dá infância do autor, que adorava criaturas gigantescas, como dinossauros:
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“…Eu adoro criaturas grandes desde que estava no jardim de infância, e sempre desenhei dinossauros. No entanto, embora eu gostasse de desenhar criaturas gigantes, também sentia uma sensação de medo ao mesmo tempo. Acho que isso foi influenciado pelo filme Jurassic Park. Um velho se assusta com um dinossauro e corre para o banheiro, mas sua cabana é destruída e comida… foi uma cena poderosa, e senti um estranho senso de humor, embora fosse assustador.”
Antigamente, segundo Kawakubo explica, os mangakás precisavam ganhar um prêmio antes de começarem a lançar mangás regulares. Portanto, antes de Attack on Titan, Isayama publicou Orz e Heart Break One, ambos premiados. Depois disso, Isayama começou a elaborar três possíveis histórias para criar um mangá regular e foi Kawakubo que sugeriu que ele desse segmento a primeira história do mangaká. De acordo com Isayama:
“Eu tinha me esquecido completamente de Attack on Titan…me lembrei de sua existência pela primeira vez em muito tempo.”
Kawakubo via um grande potencial no one-shot:
“O Attack on Titan que eu tinha lido antes ficou na minha cabeça e não saiu. Então eu perguntei a ele: ‘Existe uma história de fundo para esse one-shot que poderia ser serializada?” Ele disse: “Na verdade, eu estava pensando nisso’, e me deu algumas configurações na hora.”
Isayama explicou:
“Eu gosto de artes marciais mistas, então eu queria desenhar uma luta entre gigantes. E eu não queria desenhar uma luta de espadas no estilo wrestling como em Ultraman, mas uma luta séria que fizesse uso total de técnicas de matança racionais.”
“No entanto, muitas vezes me superestimo logo depois de pensar na história, então, mesmo que alguém aponte algo, isso realmente não me clico na hora. *risos* Mas quando leio novamente depois de um dia, muitas vezes penso: ‘Ah, é isso mesmo.'”
Por fim, Kawakubo fala sobre a importância dos editores de mangás e suas contribuições, e como foi trabalhar com o autor de Attack on Titan:
“…Não há uma equação que diga: ‘se você colocar A, B sairá’, e não é necessariamente o caso de que o que eu coloco tenha influência em primeiro lugar. Ainda assim, algum tipo de história sai. Para Isayama, é uma dor infernal criar, mas para mim, o processo é interessante, e é uma surpresa não importa quanto tempo passe.”
Fonte: CBR