Gannibal é um dos mangá de terror mais assustadores dos últimos anos, tendo sido lançado entre 2018 e 2021, a obra de Masaaki Ninomiya é publicada no Brasil pela editora MPEG, tendo até o momento 2 volumes dos seus 13 lançados por aqui. Recentemente, Gannibal começou a ser publicado nos EUA, com seu segundo volume saindo por lá ainda este mês. E o mangaká Masaaki Ninomiya deu uma entrevista para o site Otaku USA falando sobre diversos assuntos relacionados a sua obra.
Durante a entrevista, o criador de Gannibal é perguntado sobre o que o levou a seguir essa carreira e ele responde que “Não há um motivo específico, mas eu gosto de desenhar e sou muito bom nisso.”. Ele continua dizendo:
“Eu também gosto de filmes e mangás, então eu naturalmente queria tentar me tornar um artista de mangá profissional. Além disso, talvez tenha sido um mal-entendido ou arrogância na minha juventude, mas pensei que poderia fazer melhor do que esses caras (artistas de mangá e diretores de cinema)! Foi o que pensei na época. Acho que cheguei a esse ponto com um mal-entendido inicial.”
O mangaká também é questionado sobre seus artistas e mangás preferidos, com ele destacando os filmes de Crayon Shin-chan e o diretor Keiichi Hara. Já, quanto a inspiração para Gannibal, ele afirma o seguinte:
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“Tive o cuidado de sempre manter a história em suspense e aprendi o quão importante isso é para o gênero de terror. Quanto à minha inspiração, gosto especialmente da atmosfera dos filmes japoneses antigos e queria desenhar cenas que evocassem algumas dessas características. Também me mudei para o interior, e foi difícil me encaixar. Muitos desses temas estão presentes em Gannibal.
Conforme fui crescendo, percebi que não é que eu não gostasse do interior, mas que não gosto de comunidades fechadas, seja na cidade ou no campo. Escrevi o começo de Gannibal com o desconforto que senti naquela época
No final, agora me arrependo de ter sido a pessoa mais fechada que não conseguia aceitar as pessoas ao meu redor.”
Masaaki Ninomiya também comentou sobre a temática sombria de Gannibal, o canibalismo, e como ele conseguiu criar experiências intuitivas na leitura de seu mangá:
“Acho que o impacto é a coisa mais importante — é importante que as pessoas se identifiquem com isso — mas senti que havia muitos mangás que focavam apenas no impacto, no valor do choque — então busquei algo substancial, mais do que apenas chocar o leitor. Espero que os leitores sintam o mesmo.”
“Tive o cuidado de escrever o final de cada episódio para que os leitores ficassem curiosos sobre o próximo. Como resultado, um bom ritmo foi criado, e acho que levou a uma sensação de imersão, seja a história lida como um todo ou também em capítulos. Também tentei criar uma sensação de realismo sem incluir muitos quadros explicativos.”
Ao final da entrevista, o site Otaku USA perguntou se o mangaká está trabalhando em algum outro projeto, já que Gannibal chegou ao fim em 2021. Segundo o autor:
“Estou pensando em algo cultural, mas ainda sombrio e envolvente, e algo que seja próximo de Gannibal e algo que seja tenso. Estou tentando evocar as partes universais da natureza humana enquanto busco algo que ainda seja muito japonês. Mas, para dizer a verdade, ainda não sou muito bem-sucedido financeiramente. Mesmo que isso mude, ainda há desafios para lançá-lo em outros idiomas. Mas farei o meu melhor para entreter os leitores, obrigada!”
Se você não conhece Gannibal, leia uma sinopse do mangá a seguir:
“Em GANNIBAL, Daigo Agawa é um policial residente que foi recentemente designado para a remota vila montanhosa de Kuge. Ele é inicialmente calorosamente recebido pelos moradores, mas com a morte suspeita de uma velha, ele gradualmente se torna ciente da anomalia da vila e começa a suspeitar que “As pessoas nesta vila estão comendo pessoas“. (Via Ablaze)
Fonte: Otaku USA Magazine