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Como Jujutsu Kaisen, mangá de Gege Akutami, já chegou ao fim, e como já se passou alguns dias de seu término, agora fica mais fácil de analisarmos de forma mais fria e distanciada o que realmente ficou faltando ser respondido pelo arco final da obra e o que não era necessário. 

Infelizmente, algumas coisas importantes para a história de Jujutsu Kaisen ficaram sem respostas, e eram elementos relevantes para a coesão e coerência do mundo criado por Gege Akutami. Veja, a seguir, 5 pontos que o mangá precisava responder e ficou devendo aos seus fãs. 

Jujutsu Kaisen
Reprodução/ Cine Fera

Atenção! Spoilers de Jujutsu Kaisen!

  • Qual a relação de Yuji com Sukuna? 

Um dos pontos realmente importantes para a história de Jujutsu Kaisen e que não foi respondido foi a relação entre Yuji Itadori e Sukuna. Afinal, o que nosso protagonista tinha de diferente que permitiu que ele controlasse Sukuna? E porque eles têm aparências tão parecidas? 

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No capítulo 257, descobrimos que Kenjaku deu à luz Yuji da alma reencarnada do irmão comido de Sukuna, então, Sukuna seria tio do personagem. Mas, nada disso foi explorado, nem mesmo por Yuji. Esse fato é importante para dar mais credibilidade a força do protagonista e ao motivo dele ter conseguido se manter firme ao longo da história.   

  • A luta de Hakari versus Uraume

Após Sukuna derrotar Gojo, Uraume tenta ajudá-lo, mas é parado por Hakari. No entanto, boa parte da luta dos dois personagens ocorre fora da tela. Ela começa no capítulo 237 e termina no capítulo 268. Além dos fãs não verem uma luta importante para a história, seu final é insatisfatório, pois ela termina com Uraume se acabando depois que Sukuna é derrotado. Os fãs dos dois personagens ficaram decepcionados com o potencial desperdiçado dessa batalha em Jujutsu Kaisen.

Reprodução/ R7
  • O governo americano descobriu o mundo de jujutsu e…

Uma das coisas que os fãs de Jujutsu Kaisen mais reclamam do mangá é sua falta de construção de mundo. Muitas coisas são jogadas nas páginas da obra, mas sem serem exploradas, aprofundadas, ou sem que suas consequências sejam mostradas. Isso ocorreu com a revelação de Kenjaku, para o governo americano, sobre feitiçaria de jujutsu.

Devido a isso, os protagonistas tiveram que fugir do Esquadrão de Caça ao Feiticeiro das tropas americanas e feiticeiros começaram a ser sequestrados, mas, assim que Sukuna assumiu o enredo principal, tudo isso foi deixado de lado e nunca mais foi tocado no assunto. 

  • O poder de Megumi não foi explorado

Megumi, sua habilidade e potencial são provavelmente maiores do que os de Yuji. Tudo o que resta é o aspecto mental.” (Satoru Gojo)

Mesmo com o potencial de Megumi sendo constantemente citado em Jujutsu Kaisen, dando a entender que ele superaria Yuji e todos os outros feiticeiros em algum momento, no fim, ele acabou se tornando apenas um personagem em perigo que precisava ser salvo. Ele até mesmo perdeu a maior parte de suas Dez Sombras. O mangá fez uma longa preparação para algo que nunca aconteceu.

Reprodução/ Observatório do Cinema
  • Otimizar ou eliminar a energia amaldiçoada?

Um dos vilões principais de Jujutsu Kaisen, senão o principal, Kenjaku tinha como objetivo otimizar a energia amaldiçoada, enquanto Yuki Tsukumo queria eliminar a energia amaldiçoada, acabando com os espíritos amaldiçoados e ao menos tempo com o jujutsu.

Esses pontos de vista antagônicos e que poderiam mudar o mundo por completo, deveriam ter levado a grandes discussões pelos personagens. No entanto, Yuki morreu, depois Kenjaku, e o conceito foi completamente abandonado. 

Jujutsu Kaisen abandonou tramas promissoras e importantes ao longo de seu final, e isso merece ser fortemente criticado por seus fãs. Afinal, porque o mangaká começava uma história, insistia nela, para apenas jogá-la fora no final? Isso enfraquece a construção de mundo e a narrativa do mangá.  

Fonte: CBR